terça-feira, 13 de agosto de 2013

Das voltas que o amor dá…

 

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No livro Perto do Coração Selvagem, romance de estréia da escritora Clarice Lispector, a personagem Joana, em um determinado momento, sente-se confusa por estar sofrendo por algo que, um dia, a tornou terrivelmente feliz.
Acontece muito. A dor e o prazer alternarem-se em volta do mesmo motivo. Passam-se anos, ou meses, ou horas, e aquilo que nos deu tamanha vontade de viver torna-se a razão de tanta angústia e lágrima. E o mais exaustivo é que este é um fenômeno incompreensível.
Sendo de impossível entendimento, nada pode-se esclarecer aqui, a não ser dizer que, na maioria das vezes, é o amor que provoca tal contradição. O tempo passa e o amor sofre mutações: de ansioso passa a ser calmo, de constante passa a ser inconstante, de onipotente passa a ser falível.
Nós, por outro lado, também mudamos. De carentes a auto-suficientes, de infantis a maduros, de ternos a ríspidos. Somos igualmente poderosos e igualmente fracos. E a metamorfose do ser humano, como a metamorfose do amor, gera pânico: que amor é esse que um dia me faz explodir de alegria e que no outro dia me implode? Que ser é esse que sou, que um dia aceita as contingências de um sentimento mutante e que no outro dia o quer estático, igual como sempre foi?
Há exemplos mais simples. Ele te amou e isso te fez feliz. Ele deixou de te amar e isso te tornou infeliz. Felicidade e dor em alternados momentos e pelo mesmo motivo.
Ela era passiva e caseira, e isso deixou você apaixonado. Ela manteve-se passiva e caseira, e você passou a sonhá-la agitada e independente, e de repente não a quis mais. Ela não mudou, mas você mudou, e o amor acompanhou a mudança.
Não há como parar o tempo, cristalizar o que nos enche de êxtase. Este êxtase um dia se tranformará em algo que nos perfurará feito lâmina. Porque assim é: a terra gira em torno do sol e nós giramos em torno de nós mesmos, sem descanso.

Martha Medeiros

Saudações, ao amor por vezes nos traz conflitos, mas pode ser apenas uma porta, para que abramos, resolvamos algumas pendências em nossas vidas.

Frequentemente vejo meus clientes envoltos em problemas amorosos: sentem de raiva, frustração ás beiras do ódio.

Mas é bom saber e entender que nem sempre o foco desses sentimentos está no parceiro amoroso. Ele, boa parte das vezes é o canal que encontramos de momento para nossa REAL mudança.

De repente, sabe-se lá por que, haverá um momento em que nos apercebemos que nem desejamos mais aquele “objeto amoroso”, não faz sentido algum…

São voltas que o mundo dá, e de repente, eis que nos descobrimos por inteiro, atuamos seguindo nossas melhores intenções: já sem apegos desenfreados.

Nisso acredito!

Fernanda Luz

Consultora em Oráculos Ciganos

Terapeuta Holística