terça-feira, 19 de outubro de 2010

Reencontro de almas, confusão de sentimentos





Conheço um rapaz há 6 meses, mas amo muito este rapaz, sinto algo muito intenso, muito forte e tenho a impressão que já nos conhecemos há tempos. Não converso com ele, somente nos comprimentamos e estamos ficando cada vez mais próximos. Sinto no olhar dele, nas suas expressões quando estamos perto que sente algo muito forte por mim. É uma sensação inexplicavel. Não é desejo carnal, é uma coisa de almae coração. Eu me conheço e sei quando é amor, paixão ou somente desejo carnal. Quando fecho os olhos sou capaz se perceber o que ele esta sentindo, do que gosta, o jeito dele no dia a dia. Quando estamos perto sinto o toque dele em mim, o cheiro dele, o sabor dos seus beijos, tenho vontade de protegê-lo sempre, mesmo sem conhecê-lo a fundo, pois ficamos próximos somente algumashoras do dia. Gostaria de uma opinião uma explicação para tal fato". - S.A (Grupo Amor de Almas).


Como já tivemos oportunidade de dizer aqui, todos somos indíviduos eternos, espíritos em processo de evolução e não nos limitamos às muitas (mas ainda ínfimas) experiências de uma única vida. Tampouco, assim, são as pessoas que nos acompanham nesta grande jornada. A maior parte dos parentes, amigos e amores que encontramos durante cada viagem vêm nos reencontrando seguidamente. São o que chamamos de "espíritos afins", pessoas com as quais temos uma ligação "inexplicável" se levarmos em conta apenas os acontecimentos conhecidos desde o nosso nascimento, mas que teriam esta proximidade absolutamente entendida se pudéssemos dar uma breve espiada em nossas vidas passadas.

Assim como as sensações de "déjà vu", quando reconhecemos lugares e situações pelas quais jamais passamos, não é incomum encontrarmos alguém e nos identificarmos quase que instantaneamente. Deixamos este "desconhecido" e, em pouco tempo, estamos pensando nele e sentindo sua falta, "como se fosse uma pessoa importante". E, sem dúvida, é mesmo. Alguém que nos diz algo e com quem sem dúvida vivemos experiências de vida que ficaram gravadas em nossa alma. Outros, ainda, nos relatam sentir "saudades" de alguém que sequer conhecem, de algo que não viveram, ignorando que nossa lembrança nessa vida é infinitamente menor que as vivências de toda uma existência do espírito.

Bem por isso, devemos cuidar para não nos impressionarmos com essas sensações. É comum a surpresa de tais sentimentos se transformar em encantamento e confundirmos com uma paixão avassaladora ou mesmo amor. Na vida (curta) que vivemos isto também ocorre com absolutos desconhecidos, que transformamos em amigos e com os quais temos uma intimidade que, por vezes, confundimos com amor. E quando isto ocorre apenas de um lado, o sofrimento e a desilusão são inevitáveis, mesmo que depois os sentimentos se aclarem e reconheçamos o erro. 

No reencontro de duas almas este engano é ainda mais compreensível, pois conhecermos alguém e, repentinamente, esta pessoa não sair de nossa cabeça não parece nada mais que o amor invadindo nosso coração. É algo arrebatador. E, como você mesmo disse, não passa pela atração física, mas sim pela sintonia de espíritos, que não tem sexo definido, que amam e se relacionam com todos por seguidas existências. Isto faz com que sensações do tipo da que está vivendo sejam naturais mesmo entre pessoas que não reconhecem o amor entre iguais e que, por um instante, sentem-se impactados pela incerteza da homossexualidade que nunca manifestaram. Pura ignorância ou desconhecimento. Nós bem sabemos que o amor não entende tais limites e muito melhor (e justo) que seja assim.

Sem dúvida, este rapaz que conheceu tem uma história espiritual com você e é algo que pode e deve ser cultivado. Não devemos nos espantar com isto, mas apenas, como em qualquer relacionamento (mesmo de amizade), termos cautela até termos certeza que caminhamos juntos no que se trata de sentimento. Não é incomum verificarmos almas que se amam em estágios diferentes de evolução, o que é demonstrado por relatos dolorosos de nossas leitoras. Portanto, viva esse sentimento sem culpa, medo ou espanto, mas respeite suas próprias limitações e o espaço do outro, que se aproximará na medida que se sentir seguro para isto. Todavia, se ele se afastar, entenda. O tempo de cada um é uma incógnita, mas o reencontro, muitas e muitas vezes, uma certeza.